Desidratação e Calor Riscos para a Saúde

As primeiras respostas do corpo a desidratação são sede e aumento a ingestão de água, em seguida ocorre uma diminuição da produção de urina para tentar conservar a perda de água. A urina irá tornar-se mais concentrado e de cor amarela mais forte. O sangue ficará com maior osmolaridade.

A medida que aumenta o nível de perda de água, maiores são os sintomas. 
- Boca seca
- Os olhos param de produzir lagrimas e os olhos ficam secos
- Ocorre diminuição da produção de Suor
- Cãibras musculares
- Náuseas e vômitos
- Palpitações cardíacas
- Tontura (especialmente quando está de pé - hipotensão postural )
- Fraqueza
- Diminuição da produção de urina

Qual a resposta do coração a desidratação?
O corpo tenta manter o débito cardíaco (a quantidade de sangue que é bombeado pelo coração para o corpo), aumentando a frequência cardíaca - taquicardia.

Como fica o fluxo sanguíneo durante a desidratação?
Se a quantidade de líquido no espaço intra vascular estiver diminuída, o corpo tenta compensar esta redução aumentando a frequência cardíaca e contraindo os vasos sanguíneos para tentar manter a pressão arterial e o fluxo sanguíneo para os órgãos vitais do corpo. ( diminui a fluxo para a pele e aumenta o fluxo para os órgãos internos) 
Na desidratação o corpo desvia o fluxo de sangue para longe da pele para os órgãos internos: cérebro, coração, pulmões, rins e intestinos, levando a pele a sentir-se fria e úmida. Este mecanismo de defesa começa a falhar quando o nível de desidratação aumenta. O calor produz o efeito inverso ao produzir vasodilatação periférica (para aumentar a quantidade de sangue na pele) ocorre diminuição do fluxo sanguíneo central.  

O que ocorre quando um paciente desidratado fica exposto a calor intenso como numa saúna?
Essa compensação (desvio do sangue da pele para os órgãos internos) pode ser prejudicada quando a desidratação ocorre em ambientes muito quentes onde a temperatura corporal aumenta. Para diminuir a temperatura corporal a sangue deve circular pela pele o que diminui ainda mais a quantidade de sangue para os órgãos internos. 
Com uma desidratação grave a confusão mensal e a fraqueza muscular irão ocorrer quando o cérebro e outros órgãos do corpo receberem menos sangue. 
Finalmente o paciente pode entrar em coma, pode surgir falência de órgãos e eventualmente a morte ocorrerá se a desidratação não for tratada e o corpo resfriado. 

Quais são as complicações de desidratação?
Complicações de desidratação pode ocorrer devido própria  desidratação, e / ou devido à doenças subjacente ou situações que provoquem a perda de fluido.

Insuficiência renal
A insuficiência renal é uma ocorrência comum e é muitas vezes reversível, se a desidratação é tratada precocemente. Com a progressão da desidratação, o volume de líquido no organismo diminui e a pressão arterial pode cair. Isso pode diminuir o fluxo sanguíneo para órgãos vitais como os rins que param de funcionar.

Coma 
A Diminuição do suprimento de sangue para o cérebro pode causar confusão e até mesmo coma e a morte.

Choque 
Quando a perda de líquido destrói a capacidade do corpo para compensar o fluxo de sangue e o transporte de oxigênio para os órgãos vitais do corpo tornam-se inadequadas e as celular e as funções dos órgãos podem começar a falhar. Se os vários órgãos começam a funcionar mal, o próprio corpo pode falhar e a morte pode ocorrer.

Esforço físico, desidratação e calor: efeitos musculares.
A tentativa do corpo para refrescar-se pela transpiração pode provocar a desidratação até o ponto de que os músculos podem entrar em espasmo ( cãibras ). Principalmente em pessoas que trabalham em um ambiente quente, na movimentação de objetos ou equipamentos pesados ​e também em atletas, os músculos da perna podem sofrer cãibras durante a corrida).

Hipertermia
Com o aumento da perda de fluidos, os sintomas de exaustão pelo calor podem ocorrer e incluem fraqueza, tontura, náuseas e vômitos. Se os sintomas não são reconhecidos e o paciente não é retirado do ambiente quente, o paciente vai parar de suar, ter uma mudança no estado mental que inclui confusão e coma, a temperatura corporal pode subir a 41 Centígrados. A hipertermia é uma verdadeira emergência médica e o paciente deve receber cuidados médicos imediatos

Distúrbios eletrolíticos 
Na desidratação pode alterar a concentração do sódio, potássio e cloreto. Esses eletrólitos são perdidos  através do suor. Por exemplo, os pacientes com diarreia profusa ou vômitos podem perder quantidades significativas de potássio, causando a fraqueza muscular e distúrbios do ritmo cardíaco. 
Exemplos de sintomas causados ​​por níveis anormais de eletrólitos incluem:
- fraqueza muscular, devido à baixa de potássio, 
- distúrbios do ritmo cardíaco, devido à baixa ou alta de potássio
- convulsões , devido à baixa (hiponatremia) ou aumento do sódio (hipernatremia). 

A velocidade da reidratação
A velocidade da reidratação é importante se a reidratação é feito muito lentamente, o paciente pode permanecer hipotenso e em estado de choque por muito tempo. 
Se isso for feito muito rapidamente, as concentrações de água e eletrólitos no interior das células dos órgãos pode ser afetado negativamente, fazendo com que as células inchem e acabem por morrer.

Dr. Marcos Britto da Silva
Ortopedista, Traumatologista e Médico do Esporte
Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Atualizado em 28/06/2019

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Dr MARCOS BRITTO DA SILVA - Médico Ortopedista
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
- Médico Ortopedista Especialista em Traumatologia e Medicina Esportiva - Chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Pró-Cardíaco - ex Presidente da SBOT RJ - Professor Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Membro Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte - Médico do HUCFF-UFRJ, - International Member American Academy of Orthopaedic Surgeons - Membro da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CREMERJ, - Especialista em Cirurgia do Membro Superior pela Clinique Juvenet - Paris, - Professor da pós Graduação em Medicina do Instituto Carlos Chagas, - Professor Coordenador da Liga de Ortopedia e Medicina Esportiva dos alunos de Medicina da UFRJ, - Membro Titular da SBOT - ( Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), - Membro Titular da SBTO - ( Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico), - Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina da UFRJ - Internacional Member AO ALUMNI - Internacional Member: The Fédération Internationale de Médecine du Sport,(FIMS) - Membro do Comitê de ètica em Pesquisa HUCFF-UFRJ.

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